O Mobile Health é um projeto piloto implantado na região oeste de São
Paulo que permite a coleta de dados de saúde de forma instantânea e com
segurança eletrônica. Desenvolvido por pesquisadores da USP com
participação da empresa sueca Ericsson, o projeto está facilitando o
trabalho dos agentes comunitários de saúde do município de São Paulo,
além de beneficiar entre 30 e 40 mil famílias (cerca de 120 mil pessoas)
naquela região.
Os agentes de seis Unidades Básicas de Saúde (UBS) da região
visitam as casas dos moradores e coletam os dados de saúde por meio de
um aplicativo para smarthphones baseados no sistema operacional Android.
As informações obtidas estão associadas à situação de moradias e à
ocorrência de epidemias, doenças crônicas, acidente vascular cerebral
(AVC) e gravidez. O aplicativo permite a coleta e cadastro desses dados e
o envio ao banco de dados da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), em
tempo real e de forma cifrada através da rede 3G, trazendo rapidez e
segurança ao procedimento. Além do envio eletrônico e com segurança, as
informações coletadas também são georeferenciadas pelo GPS do
smartphone. Com isso, os dados podem ser apresentados em mapas
geográficos da região de cobertura (por exemplo, Google Maps).
Atualmente, 180 agentes de saúde utilizam o aplicativo no smartphone
durante as visitas aos domicílios.
Em todo o Brasil, a coleta de dados do Programa de Atenção Básica à
Saúde é realizada por meio de formulários em papel com informações
coletadas no próprio domicílio pelos agentes de saúde. Após a coleta, os
formulários são encaminhados para as UBSs, quando será preciso que um
técnico leia a informação e a transcreva para o Sistema de Informação da
Atenção Básica. Esse processo leva um tempo total de 45 dias.
“Este projeto apresenta três aspectos bem interessantes. O primeiro é
o fato de não ser preciso ler os formulários para posterior cadastro no
sistema, conferindo ganho de tempo e velocidade ao procedimento. O
segundo é a qualidade e segurança da informação, pois não é preciso a
leitura e a interpretação dos dados para inserção no sistema. O terceiro
é a possibilidade de georeferenciar as informações coletadas,
permitindo ao gestor priorizar ações de prevenção e assistência”,
destaca o engenheiro eletrônico Marco Antonio Gutierrez, diretor do
Serviço de Informática do Instituto do Coração (Incor), do Hospital das
Clínicas (HC) da FMUSP.
O projeto envolve pesquisadores da USP ligados ao Laboratório de
Arquitetura e Redes de Computadores (Larc) da Escola Politécnica (Poli)
da USP, ao Incor, e à FMUSP.
O Mobile Health foi contemplado, no último dia 28 de outubro, com o prêmio concedido pela Revista ARede,
na área de inclusão digital. O projeto contou com suporte da Ericsson,
empresa que concedeu bolsas, equipamentos, recursos para viagens e para a
produção de artigos publicados no Brasil e em nível internacional, por
meio de seus Centro de Inovação Brasil e do Centro de Pesquisa da
Suécia.
Segurança de dados
De acordo com Gutierrez, o projeto piloto começou há cerca de 3 anos, com 5 smartphones. Posteriormente, os pesquisadores decidiram ampliar o projeto com o uso de 180 aparelhos. “Para isso, Larc e Incor trabalharam em conjunto, tanto na atualização do software como também na incorporação de uma série de recursos de segurança de informação para que os agentes de saúde pudessem utilizar a rede 3G”, explica. O Laboratório da Poli ficou responsável por desenvolver as soluções de segurança do aplicativo (criptografia e segurança de rede).
De acordo com Gutierrez, o projeto piloto começou há cerca de 3 anos, com 5 smartphones. Posteriormente, os pesquisadores decidiram ampliar o projeto com o uso de 180 aparelhos. “Para isso, Larc e Incor trabalharam em conjunto, tanto na atualização do software como também na incorporação de uma série de recursos de segurança de informação para que os agentes de saúde pudessem utilizar a rede 3G”, explica. O Laboratório da Poli ficou responsável por desenvolver as soluções de segurança do aplicativo (criptografia e segurança de rede).
Outro ponto importante desses 180 aparelhos é o fato de serem
georeferenciados, ou seja, contam com GPS. Isso é especialmente
importante pois muitas das famílias visitadas moram em comunidades que
não têm um endereço formal. Muitos dos domicílios estão localizados
próximos a córregos e indústrias, fato que pode levar a problemas de
saúde. Com o geoferenciamento, é possível localizar espacialmente os
moradores, o que é muito importante para os gestores do setor
estabelecerem como será o trabalho de atenção básica, qual deve ser o
número de visitas dos agentes de saúde, etc.
“O Incor já tinha um protótipo para o aplicativo, o GeoHeath. O
formulário eletrônico foi definido para ser compatível com os
formulários do SUS adotados no Brasil todo como parte do Programa Saúde
da Família. Durante a implantação do projeto, fizemos a reestruturação
do formulário em conjunto com pesquisadores da FMUSP. Foram inseridos
alguns campos adicionais para melhor acompanhar a saúde da população, a
fim de identificar condições de saúde relevantes não inclusas nos
formulários originais ou ampliar o tempo de acompanhamento dessas
condições, por exemplo”, finaliza Marcos Simplício, professor da Poli
envolvido no projeto.
Imagem: Divulgação
Atualizado em 19 de dezembro de 2013, às 11h50
Atualizado em 19 de dezembro de 2013, às 11h50
Mais informações: email carvalho@larc.usp.br, com a professora Tereza Cristina Carvalho ou marco.gutierrez@incor.usp.br, com Marco Antonio Gutierrez
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