sábado, 16 de maio de 2015

A evolução humana

Há uma pergunta bastante famosa no ambiente da biologia evolutiva. Curiosamente, eu não a abordei no meu livro — pois minha intenção era a de escrever uma explicação breve e concisa sobre alguns conceitos básicos ­— nem aqui no blog, que já passa de 100 postagens. Eis a pergunta:

A espécie humana ainda evolui?
Da maneira como está formulada a pergunta contém um erro, que pode até passar despercebido para um leitor leigo, mas não para um biólogo evolutivo. Espécies não evoluem, ou, melhor ainda, não deveriam ser usadas como unidades evolutivas. O mais correto seria falar de populações e não de espécies. Uma população de uma dada espécie pode evoluir numa velocidade acelerada, enquanto outra população da mesma espécie pode se manter praticamente inalterada. Uma população pode evoluir de uma maneira, enquanto outra população, da mesma espécie, pode tomar um caminho evolutivo completamente distinto, levando a uma especiação. Portanto, o melhor seria perguntar:

Entre dois mundos

Recentemente um colega veio, pela internet, pedir a minha opinião a respeito de uma questão de vestibular. Segundo ele, os professores estavam se digladiando, alguns a favor do gabarito oficial, outros contra. Quando ele me mandou a questão reconheci-a imediatamente. Eu já havia visto a questão, e já sabia que ela possuía duas opções corretas (coisa que, dependendo do concurso, faz com que a questão seja anulada). Dei minha opinião, com a qual ele concordou, mas me disse que a polêmica continuava. Felizmente, estou a três mil quilômetros dessa briga…

Os erros da biologia evolutiva

“Anacronismo” é um fenômeno ou uma situação que ocorre num tempo ou numa época na qual não se esperava que ela ocorresse. Às vezes, o anacronismo ocorre quando conhecimentos e costumes recentes são transferidos para o passado, como em Os Flintstones. Em outras ocasiões, mais infelizes por não se tratarem de uma obra de ficção, elas ocorrem quando costumes antigos persistem nos tempos modernos, como a astrologia – aliás, já compartilhei o pensamento de Feynman a esse respeito aqui.

Os astrólogos dirão, como já ouvi inúmeras vezes, que os cientistas não têm capacidade de entender. Dirão que quem defende a ciência tem a cabeça fechada, que quem defende a ciência é incapaz de mudar de opinião e incapaz de compreender a totalidade do mundo ou a existência de coisas que vão além da quantificação.
Contudo, é quase que exatamente o contrário, e isso depende de como definimos o que é ter “uma mente aberta”. Vejamos.