Pesquisa do Núcleo de Apoio à Pesquisa (NAP) em Biodiversidade e Bioprodutos (NAP/BIOP) realizada no Laboratório de Biologia Molecular e Ecologia Microbiana (LABMEM) do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP avaliou a diversidade microbiana ao longo do curso do Rio Tietê, no Estado de São Paulo. O trabalho levou a organização de uma coleção de culturas com mais de 2.000 isolados de micro-organismos, nos quais 489 bactérias e 456 fungos com material genético distinto foram previamente caracterizados. O estudo coordenado pelo professor Welington Luiz de Araújo, do Departamento de Microbiologia do ICB, mostra a capacidade do rio em recuperar a diversidade microbiana após percorrer regiões com grande presença de poluentes.
Os micro-organismos identificados na pesquisa serão estudados para possível aplicação em biorremediação de áreas contaminadas, produção de biopolímeros e de antibióticos. O estudo sobre a diversidade de fungos e bactérias no Rio Tietê, iniciada em 2013, com o apoio da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, ligada à Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, procura compreender de que forma a poluição afeta a comunidade microbiana. “A nascente do rio, em Salesópolis, na Grande São Paulo, apresenta uma diversidade que é alterada nas áreas mais poluídas, próximas da capital paulista”, diz o professor do ICB. “No entanto, esta diversidade encontrada no início do curso do Tietê se restabelece cerca de 150 quilômetros adiante, na região de Piracicaba, e se mantém até a foz, no Rio Paraná. Isso demonstra que o Rio possui capacidade de se recuperar após sofrer os efeitos da poluição.”